sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Baudelaire/Mon coeur mis à nu

LXXXIV

Todos os imbecis da Burguesia que pronunciam sem cessar as palavras: imoral, imoralidade, moralidade na arte e outras sandices, fazem-me pensar em Louise Villedieu, puta de cinco francos, que certa vez, acompanhando-me ao Louvre, onde nunca estivera, pôs-se a enrubescer, a cobrir o rosto, puxando-me a cada instante pela manga, me perguntava, ante as estátuas e os quadros imortais, como se podiam exibir publicamente semelhantes indecências. 
As folhas da videira do Sr. Nieuwerkerke.

Charles Baudelaire - Meu coração desnudado. Tradução Aurélio Buarque de Holanda

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