segunda-feira, 26 de abril de 2010

SOBRE A EDUCAÇÃO II - O QUE FAZER?

De uma lado a velha leitura repleta de lugares-comuns, palavras de ordem vazias da estúpida extrema-esquerda(pensam que o Brasil é a Rússia de 1917) de outro o individualismo elevado a enésima potência reprodutora da alienação, do conformismo, do "fim da história", em que cada qual cuida de suas necessidades elementares( e por isso não podem participar de qualquer ação coletiva), produto da visão contemporânea do mundo do trabalho que massacra qualquer possibilidade de consciência crítica e obriga a aceitação passiva do "atual estado de coisas". Ou seja, faz muito tempo que o professorado é sistematicamente massacrado enquanto categoria, ou por outras palavras, os dois campos corroboram para a narcotização das consciências e para impedir a realização da potência emancipatória da educação - eu ainda acredito nisso apesar do pesares...-. O trabalho em sala de aula cada vez mais cansativo e burocratizado, pois o que interessa à "gerência" das escolas é que os alunos cumpram os 200 dias letivos, que o professor demonstre a "competência" para ser babá, carcereiro ou tutor de boas maneiras - seja lá que diabos isso signifique -, e cada vez menos educador no sentido mais amplo dessa palavra. Assim, encurralados que estamos, mesmo com todas as críticas que devam ser feitas à "luta" sindical atual, ainda é uma possiblidade de luta conjunta, já que categoria, profissão, ética, política, conscientização e crítica, são cada vez mais palavras vazias para deixar discursos floridos. No entanto, este formato atual, de lutas fratricidas da extrema- esquerda com o PT (penso que a luta deva ser supra partidária) ou a apatia, o sarcasmo,o deboche em relação aos que lutam, deva ser superado conjuntamente. Ainda será possível aos professores diante de todos os ataques cotidianos realizarem a reflexão sobre a importante atividade que desempenhamos? Ou continuaremos entre a impotência, a apatia, o cinismo e o deboche em relação uns aos outros? Enfraquecidos, desunidos e inimigos? Quais o locais dispomos para construir algo emancipatório?

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