"(...)Enquanto houver capital tem luta de classes. São inseparáveis. O
que varia é o modo como essa luta se constitui, como ela se apresenta,
como ela se oculta. Então, não há como estar no capitalismo sem luta de
classes. Portanto, uma das coisas que cabe fazer é saber o que são as
classes no capitalismo contemporâneo e como se dá a luta, se os
conceitos antigos que nós tínhamos servem, certamente não. Então, eu
acho que se trata de recuperar uma coisa importantíssima da qual Marx e
os marxistas nunca abriram mão de que se trata (...) que uma análise de
esquerda é uma análise do presente. É uma análise material, uma
compreensão material das condições do presente. E, portanto, você tem
que (...) onde é que está a contradição? Qual é e onde está a grande
contradição" Marilena Chauí, entrevista concedida ao Roda Viva, 1999.
CRONICAMENTE DESARTICULADO
segunda-feira, 2 de março de 2015
sexta-feira, 1 de agosto de 2014
Baudelaire/Mon coeur mis à nu
LXXXIV
Todos os imbecis da Burguesia que pronunciam sem cessar as palavras: imoral, imoralidade, moralidade na arte e outras sandices, fazem-me pensar em Louise Villedieu, puta de cinco francos, que certa vez, acompanhando-me ao Louvre, onde nunca estivera, pôs-se a enrubescer, a cobrir o rosto, puxando-me a cada instante pela manga, me perguntava, ante as estátuas e os quadros imortais, como se podiam exibir publicamente semelhantes indecências.
As folhas da videira do Sr. Nieuwerkerke.
Charles Baudelaire - Meu coração desnudado. Tradução Aurélio Buarque de Holanda
quinta-feira, 17 de julho de 2014
IT'S ALIVE! O RENASCIMENTO
Após 4 anos de hibernação o blog ressurge. A partir de agora não serão postados apenas textos inéditos deste autor desconhecido. Também vão aparecer por aqui notas, trechos, citações de autores que realmente merecem atenção, autores que fazem a cabeça, de algum modo, deste autor relegado ao esquecimento. Assim, pretende-se garantir uma regularidade que o formato antigo impossibilitava. Espera-se que o CRONICAMENTE DESARTICULADO ressurja como um espaço de exposição de ideias ainda não totalmente acabadas - por isso ainda desarticuladas -, mas também que ideias consagradas ou ainda não visitadas sejam divulgadas neste mare nostrum virtual..."It's alive!"o monstro ressurge parcos leitores. Boa leitura!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
PROFISSÃO DOCENTE E EMANCIPAÇÃO

A instituição escolar brasileira sofre de uma crise identitária reflexo da história e das desigualdades econômicas e sociais. Não podemos esquecer que o período da ditadura militar (1964-1985) deixou suas marcas profundamente enraizadas nas instituições. Diante disto, o teor autoritário da legislação escolar só foi alterado a partir da Constituição Federal de 1988 e da Lei nº. 9394/96, ou seja, ainda vivemos uma longa fase de transição e, isto, obviamente reflete na instituição escolar, pois embora a legislação tente caminhar na direção da democratização as práticas cotidianas ainda reproduzem o autoritarismo ora diretos, ora mascarados com um discurso conciliador.
Isto posto, não é surpresa encontrarmos cursos de formação de professores que ainda carregam os traços autoritários e aqui o que interessa é dar uma formação tecnicista, sem articulação da relação teoria-prática. Neste sentido, o professor só poderá ser um instrutor, aquele que segue materiais produzidos por quem efetivamente sabe (os professores responsáveis pela elaboração de livros didáticos, apostilas etc.) e não um educador bem formado, criativo e consciente da sua importância crítica e fomentadora da emancipação intelectual.
Assim, é necessário superar a herança e práticas autoritárias da instituição escolar e formar professores que consigam dar conta da tensão teoria-prática. Professores que diante do estado atual de coisas não digam que o mundo contemporâneo é pragmático, e, portanto, distante da reflexão teórica. Ou por outras palavras, professores capacitados para a pesquisa e docência, bem como, capazes de escutar as demandas do alunado, mas acima de tudo capazes de nessa escuta, salientar que é com a participação deles, no processo de conhecer-educar-aprender, construímos uma sociedade democrática mais sólida, civilizada, capaz de evitar ataques mais frequentes da barbárie. A educação só pode efetivar seu potencial emancipador se as forças que a impedem forem compreendidas e modificadas.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
SOBRE A EDUCAÇÃO II - O QUE FAZER?

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